Movimento pela Legalização da Canábis

2006-11-29

Haxixe foi a droga mais apreendida em Portugal em 2005

O haxixe foi a substância mais apreendida em Portugal em 2005 e pela primeira vez as apreensões de cocaína foram superiores às de heroína, segundo o último relatório do Instituto das Drogas e da Toxicodependência (IDT).

O documento apresentado esta quarta-feira em Lisboa revela que, pelo quarto ano consecutivo, o haxixe, que em Portugal tem o preço mais barato da Europa, segundo o Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência, foi a substância que registou maior número de apreensões em 2005 (2.965).

Por outro lado foram feitas 1.374 apreensões de cocaína e 1.309 de heroína.

Segundo o «Relatório Anual sobre a Situação do País em Matéria de Drogas e de Toxicodependências», o número de apreensões de cocaína e de haxixe em 2005 foi o mais elevado desde 2000.

Em relação a 2004 verificaram-se acréscimos no número de apreensões de cocaína (mais 31%), de heroína (mais 11%), de liamba (mais 5%) e de ecstasy (mais 5%).

Comparativamente a 2004, o relatório do IDT destaca o aumento das quantidades apreendidas de cocaína (mais 144%) e de heroína (mais 84%).

A cocaína foi a única substância que registou em 2005 a quantidade mais elevada de apreensões desde 2000.

Quanto aos principais países de proveniência das drogas apreendidas no país em 2005, destacou-se a Holanda e a Turquia, a nível da heroína, e a Colômbia, no caso da cocaína.

Em 2005 registou-se uma elevada percentagem de cocaína apreendida com destino ao mercado externo.

O relatório dá ainda conta dos distritos com maiores quantidades de drogas apreendidas, especificando que Lisboa se destacou com a maior quantidade de cocaína, liamba e comprimidos de ecstasy, Setúbal com maiores quantidades de heroína e Faro com as quantidades mais elevadas de haxixe.
Em 2005, os preços médios das drogas confiscadas sofreram variações relativamente a 2004, nomeadamente descidas a nível do ecstasy e da heroína e aumentos no caso da liamba e da cocaína, verificando-se uma estabilização no preço do haxixe.

As intervenções policiais nesta matéria resultaram na identificação de 5.565 presumíveis infractores, 41% como traficantes e 59% como traficantes-consumidores.

O mesmo relatório indica que o número de presumíveis infractores aumentou em relação a 2004 (mais 8%), devido ao acréscimo de traficantes-consumidores (mais 15%).

Cerca de 64% dos presumíveis infractores detinham apenas uma droga: 42% haxixe, 9% heroína, 9% cocaína, 2% liamba, 1% ecstasy e menos de 1% várias outras drogas.

Em relação a 2004 cresceu o número de infractores na posse de várias drogas (mais 10%), na posse apenas de cocaína (mais 7%) e só de haxixe (mais 7%), diminuindo em contrapartida, o número dos que detinham só ecstasy (menos 12%), apenas heroína (menos 4%) e só liamba (menos 3%).

Os distritos de Lisboa e Porto destacaram-se com o maior número destes presumíveis infractores, registando os distritos de Faro, Lisboa, Beja, Região Autónoma da Madeira e distrito de Portalegre, as mais elevadas taxas por habitantes.

A nível das decisões judiciais ao abrigo da Lei da Droga, em 2005 foram condenados 1.281 indivíduos: 95% por tráfico, 4% por tráfico-consumo e 1% por consumo.
Os distritos de Lisboa e do Porto registaram a quantidade mais elevada de condenações ao abrigo da Lei da Droga, surgindo as maiores taxas por habitante nos distritos de Lisboa, Faro e Leiria.

Diário Digital / Lusa
29-11-2006 14:29:00

Notícia em: Diário Digital

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Famalicão: GNR encontrou 7 quilos de haxixe num descampado

A Guarda Nacional Republicana (GNR) de Famalicão apreendeu terça-feira sete quilogramas de haxixe em sacos de plástico abandonados num descampado da freguesia de Ribeirão, anunciou hoje fonte policial.

Segundo a fonte, a droga estava distribuída em 33 placas individuais e acondicionada em invólucros no interior de dois sacos de plástico.

A GNR foi avisada por um transeunte de que sacos se encontravam escondidos e dissimulados na vegetação de um terreno ermo junto à Rua Monte de Alvito, na vila de Ribeirão. De imediato, uma patrulha da GNR deslocou-se ao local e apreendeu os estupefacientes.

Segundo a GNR, o indivíduo detectou a droga quando deu um pontapé num dos sacos e se apercebeu de que saíam do seu interior umas estranhas «barras de chocolate».

O local onde foram encontradas as 33 placas de haxixe fica situado num terreno destinado à construção junto a uma zona habitacional em crescimento.

Diário Digital / Lusa
29-11-2006 19:24:16

Notícia em: Diário Digital

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2006-11-28

Julgamento de Miguel Beleza Tavares

O dinheiro pago pela actuação do projecto musical ‘Tríade’, num clube em Lisboa, foi apresentado por duas testemunhas abonatórias de Miguel Beleza Tavares como justificação da elevada quantia apreendida em casa do arguido, que é acusado de tráfico de droga.
O amigo Joel Silva, que admitiu ter consumido haxixe com o filho da ex-ministra Leonor Beleza, afirmou ontem, em Tribunal, que o projecto musical – de que ambos faziam parte – arrecadou cerca de quatro mil euros pela actuação. “Dividimos parte do dinheiro. Eu recebi cerca de 30 por cento. O resto seria para futuros eventos”, explicou, acrescentando ser possível que o dinheiro apreendido fosse relativo a esse espectáculo: “Acredito que fosse desse evento.”

Também Diogo Mendonça Rodrigues Tavares, pai de Miguel Beleza Tavares, justifica a verba apreendida com essa actuação. “Numa festa que ele deu, pediu-me cerca de 800 euros para caução, para as bebidas do evento. Disse-lhe que não me sentia cómodo com essa actividade”, começou por dizer o pai. Sendo Miguel estudante, Diogo Tavares admitiu transferir-lhe para a conta bancária uma mesada de 400 euros, por vezes reforçada conforme as necessidades do filho.

Quanto às viagens de Miguel Beleza a Marrocos, Rodrigues Tavares fez notar que o filho ia frequentemente a outros países, como México, Cuba ou Caraíbas, viagens pagas pelo pai. Foram ouvidas mais 13 testemunhas abonatórias.

Miguel Beleza, de 26 anos, filho da vice-presidente da Assembleia da República, Leonor Beleza, foi detido em Junho de 2004 na sequência de uma mega-operação da PSP de Lisboa que, durante meses, teve debaixo de olho uma rede de pessoas suspeitas de vender droga na Área Metropolitana da capital.

Notícias em: Correio da Manhã / Notícia de 2004

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2006-11-25

Opinião: O que é que a canábis tem?

Hoje há folhas de canábis nas capas da imprensa diária por causa do anúncio do relatório de 2006 do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência (OEDT). Ele vem confirmar a tendência dos anos anteriores: o preço das substâncias adquiridas no mercado ilegal (haxixe, ecstasy, LSD, cocaina, heroína, etc.) continua a baixar, indiferente ao aumento das apreensões.

E estes dados ainda não têm em conta a produção recorde de heroína no Afeganistão nos últimos dois anos, que promete trazer de novo aquele opiáceo para a moda nas cidades europeias e até já levou o responsável da ONU pelo [fracasso do] combate à droga, o italiano António Maria Costa, a apelar à NATO para que bombardeie os campos onde crescem as papoilas...

Longe dos índices europeus de popularidade do consumo de drogas, o caso português continua a ser o mais preocupante no que respeita às infecções com HIV e hepatites entre os consumidores de drogas injectáveis, estatísticas onde o nosso país parece ter lugar cativo no topo da tabela.

Isto só prova a insuficiência das medidas de redução de danos e o atraso em relação ao que se faz noutros países da UE. Basta lembrar o plano de troca de seringas no meio prisional, já adoptado em 27 cadeias espanholas e que aqui continua a ser visto como uma medida "fracturante" em fase experimental.

Mas então o que é que a canábis tem a ver com isto? Ela ocupa um lugar destacado desde a última metade do século passado nas preferências dos europeus: calcula-se que um em cada cinco já a experimentou ao longo da vida. A canábis é usada há alguns milhares de anos para fins recreativos, tratamentos medicinais ou rituais religiosos sem que até hoje haja notícia que tenha morrido alguém por isso.

O facto do consumo de erva ou haxixe ser tão generalizado, ao ponto de atravessar gerações, e das consequências do seu consumo moderado para a saúde ser comparável ao do tabaco ou do álcool são circunstâncias que aconselhariam uma regulação do mercado, para evitar a proximidade deste consumo ao das substâncias chamadas mais "pesadas" como a heroína.

A legalização e regulação da venda dos derivados da canábis é um passo importante para definir uma nova política para a toxicodependência e inverter a estratégia moralista e diabolizadora da "guerra à droga" que já provou ser um desastre, ao distinguir a perigosidade das substâncias para a saúde pelo seu estatuto legal actual.

Não é por acaso que os defensores da política de slogans do tipo "a droga mata a juventude", são os mesmos que aplaudem o patrocínio de uma cervejeira à selecção de futebol, supostamente um exemplo de vida sem drogas para essa mesma juventude.

A hipocrisia é muita, mas que culpa tem a planta?

Artigo de Luís Branco
Notícia em: Esquerda.Net

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Polícia traficava cocaína

Um elemento da PSP de Faro, em licença sem vencimento, e o proprietário de uma empresa de transportes de Loures foram detidos, no último fim-de-semana, suspeitos de integrarem uma organização criminosa ibérica que se dedicava ao tráfico de cocaína. A PJ apreendeu no armazém do empresário um contentor com dez toneladas de toros de madeira, onde estavam “habilmente dissimulados” 62 quilos de ‘coca’.
Na sequência de uma investigação – em que a Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes da PJ e a Guardia Civil espanhola trabalhavam há mais de um ano – foram detidos mais sete suspeitos, entre os 32 e os 72 anos, na região de Alicante, Sul de Espanha, onde estava a sede da organização.

A PJ acredita que o contentor apreendido seria um teste à rota por via marítima, depois de a organização ter lucrado com dezenas de ‘correios’ que traziam cocaína do Peru e Brasil. “A rede começou a operar através dos ‘correios’. O elemento de uma força de segurança portuguesa detido era responsável pelo recrutamento”, disse o inspector-chefe Luís Baptista.

Depois de várias transacções em que ‘correios’ portugueses, holandeses, peruanos, brasileiros e espanhóis foram pagos para trazer cocaína para o País – que seguia por via terrestre para o Sul de Espanha –, a rede decidiu mudar o ‘modus operandi’.

De uma forma muito original, concebida pelos peruanos, “que são peritos em dissimular droga”, segundo o inspector-chefe, a rede fez um primeiro teste. “O primeiro contentor trazia apenas madeira. Viram que resultava e mandaram com droga.”
Portugal seria apenas um ponto de passagem para a cocaína, que seguia para o mercado espanhol, nomeadamente para a zona de Alicante – onde estava a sede da organização. Foi nesta zona que a Guardia Civil deteve os restantes suspeitos, de nacionalidades espanhola, argentina e suíça.

No armazém onde foi colocada a droga, em São Sebastião de Guerreiros, na localidade de Moninhos, concelho de Loures, a Judiciária apreendeu ainda uma retroescavadora furtada no valor de 75 mil euros e vários documentos e registos informáticos que vão permitir prosseguir a investigação.

O polícia detido, um homem de 37 anos, tirou uma licença sem vencimento há cinco anos. Nem ele nem o empresário que se dedicava ao transporte de produtos alimentares tinham antecedentes criminais. Ainda assim, aguardam julgamento em prisão preventiva.

A organização providenciava várias viagens com diversos destinos para os ‘correios’ despistarem as autoridades. A PJ recorda que ao longo da investigação ainda foram detidos seis ‘correios’ em Amesterdão, Lima, Barcelona e Lisboa com 34,5 kg de cocaína.
DISSIMULADA EM MADEIRA
O método utilizado para dissimular os 62 quilos de cocaína apreendidos era ainda desconhecido da Judiciária. Os 20 barrotes de madeira foram furados com uma ferramenta concebida para o efeito. “Foram feitas aberturas nas partes laterais dos barrotes, com dois metros, com uma broca especial”, explicou o inspector-chefe Luís Baptista. Em cada um dos lados foi introduzido um “cilindro de cocaína”. As partes laterais dos barrotes foram, depois, tapadas com uma cunha de madeira que dificilmente faria adivinhar que o barrote tinha sido furado. As dez paletes de madeira foram colocadas num contentor e embarcadas com destino a Portugal.

“É uma madeira própria para mobiliário”, disse o inspector-chefe. A mudança do ‘modus operandi’ da rede criminosa revela uma sofisticação da organização. Antes, recorriam a ‘correios’, que traziam a droga no corpo, nas malas, impregnada na roupa, ou em estado líquido. Muitos deles foram apanhados pela Polícia antes de chegarem com o produto ao destino.

Notícia em: Correio da Manhã

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2006-11-23

Christians For Cannabis

Nos EUA, já existe um movimento católico a favor da liberalização das drogas, que tem como objectivo facultar factos e informação que vão contra os ideais cultivados durante a Propaganda anti-canábica "Reefer Madness".

Muitos católicos respiram de alívio por saber que afinal não é pecado dar umas passas.


Link: Christians for Cannabis

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Cannabis é a droga mais consumida na Europa

A cannabis continua a ser a droga ilícita mais consumida na União Europeia, Bulgária, Roménia e Noruega. Cerca de 65 milhões de adultos (20 por cento) já experimentaram o haxixe, enquanto apenas 10 milhões experimentou cocaína.

Este cenário é traçado no último Relatório Anual (2006) sobre o Fenómeno da Droga na Europa, Noruega, Bulgária, Roménia e Turquia, que foi divulgado em Bruxelas esta quinta-feira.

Segundo o documento entre a população adulta (15-64 anos) estima-se que 65 milhões tenham experimentado cannabis pelo menos uma vez e que 22,5 milhões tenham consumido no último ano. Há cerca de três milhões (1 por cento) que a utilizam todos os dias ou quase todos os dias.

Quanto à cocaína, o OEDT estima que 10 milhões de adultos (mais de 3 or cento da população adulta) tenham experimentado pelo menos uma vez.

A heroína continua ser considerada a droga mais problemática. As estimativas sugerem que existem actualmente cerca de 1,7 milhões de consumidores problemáticos dependentes de heroína na UE.

Segundo dados do UNODC, em 2005, das 59,2 toneladas de heroína apreendidas a nível mundial, metade foi apreendida na Ásia e 40 por cento na Europa.

Do total de pedidos de tratamento da toxicodependência comunicados em 2004, os opiáceos foram registados como a droga principal em cerca de 60 por cento dos casos.

A metadona é a substância mais prescrita na Europa para o tratamento da dependência de opiáceos (sobretudo heroína).

No que se refere às anfetaminas, entre 0,1 e 6 por cento da população adulta, consoante o país inquirido, refere já ter consumido.

A cannabis, produzida principalmente em Marrocos, mas também no Paquistão e no Afeganistão, continua a ser a droga ilícita de origem vegetal mais produzida e traficada a nível mundial, sendo também a substância que regista o maior número de apreensões a nível da UE - 1.660 toneladas em 2004.

Notícia em: Portugal Diário

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Portugal tem o haxixe mais barato da Europa

Portugal é o país da União Europeia onde a cannabis é mais barata, à média de 2,3 euros por grama, longe dos 12 euros pratica dos na Noruega, ou dos cinco a dez mencionados na maioria dos Estados, noticia a agência Lusa.
De acordo com o relatório anual do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), divulgado em Bruxelas, «embora os preços da droga revelem uma tendência global decrescente em toda a Europa, registam-se variações consideráveis entre os países».

O «Relatório Anual sobre a Evolução do Fenómeno da Droga na Europa», que contém dados de 25 Estados-membros, da Noruega, Bulgária, Roménia e Turquia, indica que «o preço de venda de drogas ilícitas nas ruas da Europa baixou nos últimos cinco anos e é provável que as drogas estejam agora mais baratas do que nunca».

Em toda a Europa, no período em estudo, os preços da resina de cannabis (haxixe) baixaram 19 por cento, o da cannabis herbácea 12 por cento, da cocaína 22 por cento e da heroína castanha 45 por cento. O preço das anfetaminas também desceu (menos 20 por cento) e do ecstasy baixou 47 por cento.
A agência europeia de informação sobre droga, sedeada em Lisboa, explica que «os preços das drogas podem ser influenciados por diversos factores, nomeadamente as flutuações da oferta, o grau de pureza, o tipo de produto e as quantidades transaccionadas».
O OEDT refere que os dados actuais não revelam qualquer relação directa entre a baixa dos preços das drogas e a flutuação ou tendência de aumento das apreensões de droga, no mesmo período de cinco anos, nem uma relação imediata entre o preço e os níveis globais de consumo.

O estudo hoje apresentado visa uma melhor compreensão da dinâmica do mercado europeu de drogas ilícitas e a avaliação do impacto das medidas de redução da oferta e da procura.

Os preços da forma mais comum de heroína (a heroína castanha) do Sudoeste Asiático variavam entre 12 euros por grama na Turquia e os 141 euros por grama na Suécia.
Para o OEDT há motivos para preocupação devido ao facto de «em toda a Europa, as drogas estarem a ficar mais baratas em termos reais». Isso pode «significar que as pessoas com tendência para consumir drogas as consumirão mais».

No que se refere à cocaína, o OEDT revela um aumento da produção mundial e uma diversificação das rotas.

Em 2004, a produção mundial de cocaína aumentou para cerca de 687 toneladas, sendo a Colômbia (56 por cento), o Peru (28 por cento) e a Bolívia ( 16 por cento) os principais países fornecedores.
A maior parte da cocaína apreendida na Europa entra no continente vinda da América do Sul, ou através de países da América Central ou das Caraíbas.

Dados preliminares indicam que em 2004 foram apreendidas cerca de 74 toneladas de cocaína na Europa, a maior parte em países ocidentais. A Península Ibérica continua a ser uma importante porta de entrada para a cocaína, tendo mais de metade dessas 74 toneladas sido apreendida em Espanha ou Portugal.

O OEDT calcula que cerca de 10 milhões de europeus (cerca de 3 por cento dos adultos com idades entre 15 e 64 anos) já consumiram cocaína.

O estudo diz ainda que na Europa, são anualmente notificadas, em média, 7.000 a 8.000 mortes relacionadas com o consumo de droga.

2006/11/23 10:38
Alexandre Ribeiro de Almeida para Lusa


Notícia em: Portugal Diário

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2006-11-21

Operação no distrito de Castelo Branco

PSP detém quatro indivíduos no âmbito da “Escola Segura"

A operação de âmbito nacional “Escola Segura – abertura do ano lectivo”, promovida pela PSD, que visou conjugar “uma vertente preventiva e pedagógica com uma vertente fiscalizadora e dissuadora de cometimento de ilícitos”, também produziu resultados nas cidades de Castelo Branco e Covilhã, refere a PSP em comunicado.

Segundo a mesma fonte, entre 11 de Setembro e 27 de Outubro, a PSP realizou no distrito albicastrense acções de sensibilização com 263 alunos. Neste período, “no âmbito da prevenção contra a toxicodependência foram detidos quatro indivíduos, sendo apreendidas 379 doses de haxixe e 68 grama de liamba.

Entre vários outras detenções registadas ao longo da operação realçam-se onze por condução com excesso de álcool e três por condução sem cinto de segurança. Foram também registados 55 estacionamentos ilegais.

Notícia em: Diário XXI

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2006-11-18

'Maconha é uma das substâncias mais seguras'

Daniele Piomelli, neurocientista e farmacologista, defende o uso medicinal da planta e diz que pesquisas precisam ir fundo no assunto.

“Uma vez eu disse a um jornal norte-americano que a maconha era uma das substâncias mais seguras que existem. Essa frase gerou o maior barulho e eu perdi minha paz por algum tempo. Mas mantenho a afirmação: a maconha é uma das substâncias mais seguras que existem”. Foi com essa convicção que o neurocientista e farmacologista Daniele Piomelli, considerado um dos maiores especialistas do mundo no assunto, defendeu o uso medicinal da polêmica erva.

Piomelli, da Universidade da Califórnia em Irvine, não é nenhum defensor da legalização da maconha. “Isso é uma decisão que cabe à sociedade tomar. Nós, cientistas, só fornecemos os factos”, diz ele. Tão pouco ignora os malefícios da droga. “Fumar maconha, como fumar qualquer cigarro, aumenta o risco de câncer de pulmão, de câncer de boca, entre vários outros. Isso não faz bem e uma pessoa sensata evitaria”, afirma. “Há outro problema: o vício. Alguém que fuma maconha por um certo tempo e em certas quantidades acaba desenvolvendo uma compulsão pela droga. Acaba tendo aquela vontade avassaladora de fumar de novo”, diz ele.

No entanto, o cientista acredita que a droga tem potencial para tratar pacientes de doenças graves, como câncer e Aids. “Seria imoral, antiético e desumano não fornecer esse alívio para pessoas que estão sofrendo, por motivos que vão além da medicina e que a ciência não fundamenta”, afirma. “Como você vai dizer para alguém com câncer terminal que ele não pode fumar maconha para aliviar sua dor?”

Piomelli espera que as pesquisas científicas na área avancem, sem serem atravancadas por questões políticas e sociais. “Chegou a hora de irmos além da maconha”, diz ele. “Quando tivermos um remédio melhor, eficiente, sem efeitos indesejados, que faça todo o bem que a maconha faz sem trazer todo o mal que ela causa, ninguém vai nem mais lembrar que maconha existe.”

Para saber o que é mito e o que é verdade sobre a droga, clica aqui

Para conhecer mais sobre os usos terapêuticos da erva e sobre os efeitos da maconha no organismo, leia abaixo a íntegra da entrevista que o cientista deu ao G1.

G1 - O que se sabe sobre os efeitos da maconha no cérebro?

Daniele Piomelli - Nós sabemos, e já sabemos há alguns anos, que existem uma série de compostos no nosso próprio cérebro que agem como uma “maconha natural”. Por isso, são chamados de endocanabinóides, a partir do nome científico da maconha, Cannabis sativa. Normalmente, eles regulam coisas como o sono e a alimentação – e praticamente todos os processos do corpo humano. Quando alguém fuma maconha, esses compostos são “superativados”, passam a funcionar acima do normal, bloqueiam as sensações de dor e dão prazer.

G1 - Existem possíveis usos terapêuticos para a maconha?

Piomelli - Bom, quanto às propriedades medicinais, nós sabemos que a maconha é usada como um poderoso alívio para a dor crônica -- e não há nada muito eficiente contra isso até agora.

Pessoas com esclerose múltipla também têm benefícios ao fumar maconha, diversas pesquisas já mostraram isso. Ela também ajuda no combate a diversos outros problemas, como estresse, pressão alta, ansiedade, insônia, perda de apetite, cólicas menstruais e problemas intestinais.

Agora, a maconha deveria ser usada como remédio? Aí, depende. É preciso fumar maconha para obter seus efeitos e isso faz com que a pessoa consuma uma série de compostos químicos tóxicos e cancerígenos. E isso não faz bem.

Há outro problema: o vício. Há alguns anos, acreditávamos que a maconha não viciava. Hoje, sabemos que não é bem assim. A maconha é capaz, sim, de viciar -- ou seja, alguém que fuma maconha por um certo tempo e em certas quantidades, acaba desenvolvendo uma compulsão pela droga. Acaba tendo aquela vontade avassaladora de fumar de novo. O vício existe. É muito mais fraco do que o gerado pela cocaína e pela heroína, e mais fraco que o gerado pela nicotina. Mas existe.

G1 - Os efeitos negativos da maconha, portanto, não compensariam seus benefícios médicos?

Piomelli - Depende do caso. Se estamos falando de uma pessoa com câncer, por exemplo, ou Aids, ou algum outro problema grave de saúde, na hora de somar os prós e os contras, o alívio da dor que a maconha proporciona, compensa.

Mas se estamos falando de pessoas saudáveis, usando maconha para curar dores de cabeça, é uma irresponsabilidade muito grande. Há métodos mais eficazes, que não trazem os efeitos colaterais indesejados.

G1 - Então, na sua opinião, a maconha deveria, ou poderia, ser prescrita por médicos?

Piomelli - Sim. Eu acredito, e essa é minha opinião pessoal, que no caso de pacientes com câncer, por exemplo, seria imoral, antiético e desumano não fornecer esse alívio para pessoas que estão sofrendo, por motivos que vão além da medicina e que a ciência não fundamenta. Como você vai dizer para alguém com câncer terminal que ele não pode fumar maconha para aliviar sua dor?

Agora, se um paciente entrar no meu consultório pedindo para eu prescrever maconha para curar sua dor de cabeça, eu vou perguntar se ele está maluco e mandar ele tomar uma aspirina.

G1 - O senhor disse que é preciso fumar a maconha para obter seus efeitos. Não existe nenhuma forma além do fumo?

Piomelli - Na verdade, existe, mas não é tão eficiente quanto. Existe uma droga, feita a partir do princípio ativo da maconha, o THC, que tem sido usada para fins terapêuticos em diversos países. Existe a possibilidade de se consumir o THC oralmente, mas os resultados demoram mais para aparecer. E quando você está com dor, quer alívio o mais rápido possível.

O consumo oral do THC passa pelo estômago. Mas quando você fuma a maconha, o THC vai direto do pulmão para a corrente sanguínea, e daí para o cérebro. O efeito é muito mais rápido.

Alguns pacientes também declaram que preferem fumar, porque eles podem controlar exatamente o quanto vão consumir. Eles podem dar duas ou três tragadas, por exemplo, e parar quando se sentem melhor. Quando você toma um comprimido, ele vai ter lá seus 10g ou 20g e você não tem escolha. Se não for o suficiente, vai ter que agüentar. Se for demais, não tem como não absorver.

Ultimamente, tem sido testada uma nova forma de se consumir o THC que tem a velocidade do cigarro, mas não faz mal à saúde: o aerosol. Os médicos pegam o composto e o transformam para que ele possa ser aspirado. Dessa maneira, se tem os mesmos benefícios, mas sem os riscos.

G1 - Como o THC funciona?

Piomelli - O THC não é exatamente o melhor remédio do mundo. Ele atua naqueles componentes do cérebro que falamos antes, os endocanabinóides. Os endocanabinóides regulam praticamente todas as funções do corpo humano, do sono à fome. Por isso, eles são encontrados em locais muito diferentes do cérebro.

O que o THC faz? Ele fortalece todos os endocanabinóides. Todos, ao mesmo tempo. O que acontece? A dor passa, todos os efeitos benéficos aparecem, mas a pessoa fica “doidona”. Quando alguém fuma maconha para fins recreativos a intenção é, exatamente, essa: ficar “doidão”. É esse o objetivo. Que não é o objetivo de quem está com dor e toma THC. Essa pessoa não quer ficar alterada, ela só quer que a dor passe.

O que precisamos é de um remédio eficaz e seguro, que tire a dor, que melhore a náusea, que tenha todos os efeitos benéficos da maconha, e que não tenha os seus efeitos colaterais. Que não deixe ninguém drogado.

G1 - Estamos muito longe de um remédio como esse?

Piomelli - Essa é a grande meta de todas as pesquisas científicas que usam a maconha. No momento, o foco está, principalmente, em se encontrar um meio de aumentar o efeito dos endocanabinóides do cérebro naturalmente. Encontrar algo que faça o próprio corpo liberar os efeitos positivos desses compostos, sem que seja necessário fumar nada. É nisso que maioria das pesquisas está trabalhando no momento.

G1 - Voltando um pouco aos efeitos negativos da maconha. Há pesquisas que dizem que maconha mata neurônios. Outras dizem que não. Afinal de contas, mata ou não mata?

Piomelli - Esse é o grande problema, não é? Temos pesquisas de um lado falando uma coisa e daí vêm pesquisas do outro falando exatamente o oposto.

O que eu posso dizer é que conforme as pesquisas avançam está ficando cada vez mais claro para os cientistas que a maconha não tem nenhum efeito tóxico no cérebro, na quantidade em que é normalmente consumida.

Existem pesquisas que mostram que grandes quantidades de maconha em um curto período de tempo vão gerar uma série de estragos. E elas estão certas. Mas isso também é certo para qualquer coisa. Se você tomar uma grande quantidade de aspirina em um intervalo pequeno, também terá muitos problemas.

Uma vez eu disse a um jornal norte-americano que a maconha era uma das substâncias mais seguras que existem. Essa frase gerou o maior barulho e eu perdi minha paz por algum tempo. Mas, mantenho a afirmação: a maconha é uma das substâncias mais seguras que existem.

É impossível você matar alguém com maconha. O máximo que você vai fazer é botar a pessoa para dormir. Nós temos uma gigantesca lista de remédios usados normalmente muito mais perigosos que isso. A maioria desses analgésicos que são prescritos como água por aí são capazes de matar alguém -- em doses não muito maiores do que as consumidas normalmente. E você não mata ninguém com maconha.

G1 - Maconha, então, não faz mal?

Piomelli - Para o cérebro? Não. Para o cérebro de um adulto. Vamos sair por aí permitindo que nossas crianças e adolescentes fumem? Não. O cérebro de um adolescente ainda está em formação. Você diz isso para eles e eles não entendem, mas o fato é que no cérebro de alguém nessa idade ainda falta um monte de coisas. O sistema que é acionado em comportamentos de vício, por exemplo, não está pronto antes da idade adulta. Fumar maconha nessa idade pode fazer um dano enorme. Qual a extensão desse dano? Não sei. As pesquisas ainda não conseguiram definir. Mas, pelo princípio da precaução, adolescentes deveriam passar bem longe disso.

Agora, para um adulto, é outra questão. Por enquanto, não temos evidência de nenhum estrago que seja feito pela maconha no cérebro. Mas fumar maconha, como fumar qualquer cigarro, aumenta o risco de câncer de pulmão, de câncer de boca, entre vários outros. Isso não faz bem e uma pessoa sensata evitaria.

A maconha deveria ser liberada? Isso é uma decisão que cabe à sociedade tomar. Nós, cientistas, só fornecemos os fatos.

G1- Na sua opinião, o que podemos esperar do futuro das pesquisas com maconha?

Piomelli - Eu acho, e defendo isso exaustivamente, que chegou a hora de irmos além da maconha. Se temos o composto e temos como ele age no cérebro, já está na hora de podermos dispensar a maconha. Quando isso acontecer, tudo ficará mais fácil. Quando tivermos um remédio melhor, eficiente, sem efeitos indesejados, que faça todo o bem que a maconha faz sem trazer todo o mal que ela causa, ninguém vai nem mais lembrar que maconha existe.

No passado, o ópio era consumido para curar e aliviar de tudo. Tínhamos milhares de pessoas por aí usando. Hoje, o consumo do ópio caiu bruscamente. Ninguém mais usa. Por quê? Porque avançamos. Porque fomos além do ópio. Desenvolvemos uma série de medicamentos muito melhores, e daí ninguém mais precisava disso. É o que precisa acontecer com a maconha.

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2006-11-17

Verdades e Mitos sobre os PERIGOS e o POTENCIAL da MACONHA

Droga pode causar dependência e ataca pulmões como o cigarro, mas seus efeitos sobre neurônios, memória e aprendizado são exagerados.

Reinaldo José Lopes, do G1, em São Paulo

Poucos assuntos criam mais controvérsia e geram mais curiosidade do que a maconha, talvez porque se trate da droga ilícita que as pessoas comuns têm mais chance de conhecer ao longo da vida – estima-se que até 4% da população mundial já a tenha consumido.

Mesmo assim, uma cortina de fumaça de desinformação ainda cerca a planta e seu uso. O G1 responde abaixo às dúvidas mais comuns sobre a maconha, utilizando as últimas descobertas de médicos e cientistas para esclarecer quais são os perigos e o potencial da droga.

Qual a origem da planta?
Conhecida pelos cientistas como Cannabis sativa, a erva parece ser originária das vizinhanças da cordilheira do Himalaia, na Ásia, e é consumida desde tempos pré-históricos. Foi consumida na Índia e na Pérsia antigas e passou a ser usada como narcótico no Ocidente a partir da época das grandes navegações, no século XVI.

Onde se pode consumi-la legalmente?
A legislação mundial ainda é rigorosa em relação à venda em larga escala da planta. Mesmo no país mais liberal do mundo em relação ao tema, a Holanda, só é possível comprar pequenas quantidades (alguns gramas, ou plantas em vasos) para consumo pessoal em lojas especializadas, e ninguém está autorizado a produzir ou vender a droga em larga escala. Legislações parecidas quanto à posse e consumo particulares (mas não quanto à venda pública) estão em vigor na cidade de Denver (Colorado, EUA), no estado americano do Alasca e em dois estados da Austrália.

Por que fumar maconha “dá barato”?
Porque o princípio ativo da droga é, por um acaso incrível, muito parecido com um importante mensageiro químico do cérebro. O princípio ativo, batizado com o indigesto nome de delta-9-tetraidrocanabinol (ou THC, para encurtar), tem estrutura química semelhante à de substâncias que controlam a passagem de sinais entre as células nervosas, os neurônios.

Esse sistema de mensagens do cérebro foi descoberto graças às pesquisas sobre maconha e, em homenagem à droga, foi batizado de sistema endocanabinóide (ou seja, a da “Cannabis produzida dentro” do corpo). O sistema endocanabinóide atua em quase todas as regiões do cérebro, mas o prazer gerado pela droga advém do fato de que ele atua sobre o córtex (a sede da consciência e da razão), a amígdala (ligada às emoções) e o tronco cerebral (responsável pela sensação de dor). É por isso que os usuários relatam experimentar tranqüilidade e bem-estar durante o consumo – as mensagens químicas ligadas à ansiedade ou a dor são barradas pela ação da droga sobre o sistema endocanabinóide.

Maconha pode ser consumida por jovens?
Não. Segundo um dos maiores especialistas no assunto, o neurocientista e farmacologista Daniele Piomelli, da Universidade da Califórnia em Irvine, o cérebro de adolescentes ainda está em formação e o consumo da droga pode ter sérias consequências. Entre as diversas estruturas que ainda não estão formadas no cérebro de um jovem está o sistema dopaminérgico, que processa informações de recompensa e está ligado a comportamentos de vício.

O uso causa dependência?
“Existe essa possibilidade”, diz Dartiu Xavier da Silveira, médico e pesquisador da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e um dos principais especialistas brasileiros em dependência de drogas. “No entanto, aparentemente a proporção dos usuários que se tornam dependentes é semelhante à que se vê entre usuários de álcool, ou seja, cerca de 10%”, afirma ele.

Ela abre o apetite?
Sim. A chamada “larica” (fome acentuada) associada ao uso da planta não é mera lenda urbana. Mais uma vez, a culpa é da ação sobre o sistema endocanabinóide: o THC também mexe com esse sistema no hipotálamo, área do cérebro que regula o apetite. Segundo Roger Nicoll, pesquisador da Universidade da Califórnia em San Francisco (EUA), a comida passa a parecer mais desejável para alguém com “larica”.

A maconha serve de “escada” para drogas mais pesadas?
“Não existe nenhuma evidência sólida disso”, afirma Dartiu Xavier da Silveira. Usuários de cocaína e heroína muitas vezes também usam maconha, mas não há sinais de que a erva abra o apetite do usuário para outras drogas.

Quais são seus efeitos sobre a memória e o aprendizado?
A memória de curto prazo (aquela que nos permite absorver uma informação nova no momento presente) e a atenção ficam realmente prejudicados, mas só há sinais de um dano permanente com o uso contínuo e em grandes doses. Do contrário, deixar de fumar é suficiente para que essas funções do cérebro se refaçam.

Existe uma dose segura para consumo?
“Os estudos ainda estão muito no começo para afirmar qualquer coisa a esse respeito”, diz o médico da Unifesp.

É uma droga que mata neurônios?
Outro mito: a maconha não só não parece danificar diretamente os neurônios como há indícios de que possa impedir a morte dessas células quando elas são danificadas.

É mais ou menos nociva que o cigarro para os pulmões?
“Os efeitos nos pulmões são bastante parecidos com os de um cigarro normal”, conta Dartiu Xavier da Silveira. A diferença, explica o médico, é que raramente um fumante de maconha conseguirá consumir a droga em quantidades semelhantes aos maços diários de um fumante “normal”. Por isso, os danos tendem a ser menores.

Qual é o seu potencial terapêutico?
Similares químicos do THC, entre os quais os conhecidos como dronabinal e nabilona, já estão no mercado e são usados para combater as náuseas associadas à quimioterapia de pacientes com câncer. Testes conduzidos com pacientes de Aids com o mesmo problema também têm mostrado bons resultados.

Outras aplicações possíveis envolvem medicamentos contra ansiedade, analgésicos e até moderadores de apetite. Nesse último caso, a idéia é se inspirar no THC e no sistema endocanabinóide para criar um “antagonista” – uma substância que bloqueie as fechaduras químicas onde essas moléculas se encaixam e, assim, diminua a vontade de comer do paciente.

No futuro, qual é a chance de que fumar maconha seja permitido por razões médicas?
“Há quem defenda simplesmente fumar a maconha com objetivo terapêutico, mas a preferência tem sido pelo uso de comprimidos de THC, que evitam os problemas causados pela inalação da fumaça”, afirma o pesquisador da Unifesp. Mesmo o THC, por si só, não é perfeito: ele tende a ir parar em regiões indesejadas do cérebro, agindo de forma pouca específica e causando efeitos colaterais. Por isso, há também a intenção de criar versões modificadas da molécula para implementar o uso clínico.

Notícia em: G1 Globo

2006-11-15

Portugal vai liderar operação europeia de combate à droga

Portugal vai liderar nos próximos seis meses uma operação europeia de combate ao tráfico de droga, que envolverá pelo menos cinco países, disse à agência Lusa fonte do Departamento Central de Cooperação Internacional (DCCI) da Polícia Judiciária.

Segundo a mesma fonte, nesta fase de preparação, a operação conta com o envolvimento de quatro estados-membros da União Europeia, mas em termos operacionais o número poderá aumentar para cinco ou seis.

A acção conjunta com polícias de outros países europeus incidirá sobretudo no sul da Europa.

Em declarações à Lusa, o coordenador do DCCI confirmou que Portugal vai liderar a operação e que esta foi decidida com base num relatório da Europol.

«Estamos a elaborar um plano de acção no âmbito do tráfico de droga, onde temos (PJ) larga experiência e resultados assinaláveis. Este projecto vem no seguimento de um relatório elaborado em 2005 com indicadores sobre as áreas criminais prioritárias para 2006», disse Jaime Fernandes.

A Europol, o serviço Europeu de polícia que analisa e troca informação criminal, elaborou um documento que avalia a ameaça do crime organizado, servindo de base ao planeamento de acções.

«Em 2005 foi elaborado um relatório prospectivo que serve de base ao planeamento de acções policiais, traduzindo-se em projectos operacionais concretos que envolvem diversos países europeus», afirmou o coordenador.

Para Jaime Fernandes, estes relatórios são «uma boa ferramenta de trabalho porque avaliam a ameaça do crime organizado, sendo muito útil às polícias dos 25 países da União Europeia».

«O relatório anual da Europol contém indicadores do que previsivelmente será a criminalidade no ano seguinte, quais os factores que devem preocupar as polícias, em que áreas se prevê que possa haver mais incidência de crimes», explicou.

«O relatório da avaliação da ameaça do crime organizado é um documento feito anualmente pela Europol com contributos dos 25 países, sendo depois submetido à apreciação dos ministros da Justiça», acrescentou.

O primeiro destes relatórios anuais foi elaborado em 2005 com vista a 2006 e foi a partir dele que foi decidido que Portugal comandasse uma operação europeia de combate ao tráfico de droga.

Segundo o coordenador do DCCI, há um tratamento diferenciado dos crimes «consoante as vicissitudes e as características típicas dos países».

«No sul da Europa o tráfico de estupefacientes e a imigração são as grandes áreas de crime a combater, enquanto na parte Norte é a produção de drogas de síntese (químicos). O terrorismo é completamente transversal», explicou.

Para o responsável do DCCI «não existe distanciamento técnico entre os elementos da PJ e as outras policiais internacionais».

«Somos muito conceituados internacionalmente, estamos apetrechados em condições similares em áreas iguais a outros países», frisou.

A Unidade Nacional Europol (UNE) é o elo de ligação exclusivo entre a Europol e os serviços nacionais competentes e depende funcionalmente do DCCI.

Diário Digital / Lusa

12-11-2006 9:45:00

2006-11-14

Itália reforça despenalização da posse de cannabis

O governo do Romano Prodi emitiu um decreto a despenalizar a posse de até um grama de cannabis, o equivalente a cerca de 40 doses. A ordem ministerial duplica a quantidade permitida pela anterior lei aprovada pelo governo de Silvio Berlusconi, em que a posse acima dos 500 miligramas era punível com penas dos 6 aos 20 anos de prisão e multas até os 260 mil euros.

A ministra da Saúde, Livia Turco, justificou a medida. "O sentido desta medida é o de impedir que milhares de jovens seja enviados para a prisão e por ter fumado um charro. Isto não se trata de uma liberalização mas sim prevenir e responsabilizar quem a usa. Apenas podemos lutar contra a droga a combater os traficantes e implementando uma boa acção educativa", disse.

A medida suscitou uma reacção enérgica da oposição de centro-direita no parlamento, responsável pela anterior lei mais restritiva. Diz o partido de Silvio de Berlusconi que aumentar a posse até 40 charros é um perigo, uma medida sem base científica e um mau sinal moral para os jovens. Para entrar em vigor o decreto têm ainda que ser publicado no jornal oficial do governo.

Fonte: Euronews »» vídeo da nóticia