Movimento pela Legalização da Canábis

2006-10-02

Quatro hospitais catalães vão usar cannabis

Utilização para fins terapêuticos avança no segundo trimestre e abrange, também, 60 farmácias.

Sessenta farmácias e quatro hospitais catalães vão começar a dispensar cannabis para uso terapêutico no segundo trimestre de 2005, anunciou a conselheira para a Saúde do governo regional da Catalunha, Marina Geli. Esta decisão, pioneira em Espanha, surge na sequência de uma proposta lançada em 2004 pelo Colégio dos Farmacêuticos de Barcelona para combater dores crónicas ou náuseas em patologias como a esclerose múltipla, o cancro ou a sida.

Segundo Marina Celi, existe já um acordo entre a administração catalã e o Ministério da Saúde espanhol que deverá ser assinado o mais tardar dentro de dois meses. O uso terapêutico de cannabis será feito sob estrito controlo médico e só nos casos em que nenhum outro tratamento seja eficaz, acrescentou a responsável pela pasta da Saúde no governo regional (Generalitat) da Catalunha, sem precisar o número de doentes abrangidos pela iniciativa.

O director-geral de Saúde catalão, Rafael Manzanera, sublinhou que este projecto-piloto, com a duração de um ano, "permitirá dar uma ajuda às pessoas que já consomem cannabis para aliviar certos sintomas sem controlo médico", o que "nada tem a ver com o uso recreativo da substância". A substância será administrada em cápsulas que conterão a planta completa e não apenas um dos componentes, como o tetrahidrocannabinol, a molécula a que se atribuem as suas propriedades psicotrópicas.

O consumo terapêutico de cannabis é ilegal em Espanha, mas muitos doentes utilizam a planta para mitigar as dores ou contrariar os efeitos negativos de tratamentos muito agressivos.

O debate sobre a questão teve início em Setembro passado, quando o Colégio dos Farmacêuticos de Barcelona inseriu no seu site na Internet (http//www.farmaceuticonline.com) uma série de sugestões e informações tendo em vista a diminuição dos riscos associados ao consumo não controlado de cannabis por um significativo número de pacientes já utilizadores da substância com fins terapêuticos.

Notícia em: Jornal de Notícias