Movimento pela Legalização da Canábis

2006-08-07

Paz Amor & Sudoeste


A 10.ª edição do Sudoeste teve início com dois grupos de percussionistas que, dentro ou a acompanharem três camiões dos anos 60, percorreram todo o recinto a batucar. Chegaram frente ao palco às 20h00, altura em que os Gaiteiros de Lisboa abriram oficialmente aquele que é considerado o maior festival não urbano do País.

Recorrendo ao cancioneiro popular e a instrumentos tradicionais misturados com inventados, como o “clarinete acabaçado”, tiveram na voz de Pacman, dos Da Weasel, no tema ‘Terra de Ninguém’, contribuição ideal para um concerto eficaz onde se apelou à paz e ao amor entre os homens.

Seguiram-se os Souls Of Fire – portugueses mas do Norte e da onda reggae – que preferiram apelar à liberalização da marijuana. Mais interessante, mas não tanto, os Brazilian Girls – que curiosamente não têm nenhum elemento no grupo de origem brasileira – partiram da electrónica para se aproximaram de uma espécie de cabaré alemão, cores latinas urbanas, samba discreto.

Pelas duas horas da madrugada, o Palco TMN recebeu um dos nomes mais aguardados do primeiro dia do festival, o alemão Gentleman, considerado uma das novas coqueluches do reggae.

Ao segundo dia do Festival do Sudoeste, 30 mil pessoas rumaram à Zambujeira do Mar para ouvir os 2008, uma boa promessa no panorama rock português; David Fonseca, em apresentação do seu mais recente álbum "Our Hearts Will Beat As One"; e os Goldfrapp, com a bela Alison acompanhada por dançarinas com trajes bem originais em temas como "Train", "Number One" e "Strict Machine".

Simplesmente explosiva: foi assim a actuação dos britânicos The Prodigy. A banda encabeçada por Keith Flint, Maxim e o DJ Liam Howlett incendiou os ânimos das largas dezenas de milhares de pessoas que encheram por completo o recinto montado na Herdade da Casa Branca.

Incansável, a dupla de vocalistas puxou bem pelo público, já empolgado com a energia que transbordava do palco. "Breathe", "Back 2 Skool" e o incontornável "Firestarter" foram alguns dos muitos temas que criaram um autêntico tsunami no mar de gente que assistia ao concerto.

Os Long Beach Shortbus foram os escolhidos para encerrar o Palco TMN na sexta-feira. O colectivo norte-americano revelou-se uma agradável surpresa, apresentando uma sonoridade ska/punk, a lembrar Sublime, ou não fosse Eric Wilson, o baixista Long Beach Short Bus, um dos antigos membros da saudosa banda.

Ao terceiro dia, o Festival Sudoeste 2006 saiu de órbita e embarcou numa autêntica viagem pelo espaço com os Daft Punk. A dupla francesa de "robôs" apresentou-se pela primeira vez em Portugal, num dos concertos mais aguardados de todo o festival. Guy-Manuel Homem-Christo e Thomas Bangalter surgiram numa espécie de nave espacial em forma de pirâmide, lançando um espectáculo audiovisual impressionante que levou o público ao delírio.

No 4º dia os Xutos & Pontapés foram a (ideal) banda sonora da despedida, numa noite sem grandes surpresas. O destaque recai, não só para os autores de «Homem do Leme», mas também para o sempre fenomenal The Legendary Tiger Man. Para um adeus em português.

Tragicamente, o segundo dia do Festival do Sudoeste na Zambujeira do Mar ficou marcado com a morte de uma jovem de 23 anos de São Brás de Alportel (Algarve) que morreu afogada num dos canais de rega existentes. As causas concretas desta morte ainda estão por apurar.

Notícia em: IOL Musica / Correio da Manhã / Portugal Diário