Movimento pela Legalização da Canábis

2006-05-26

Apanhados a regar

O alemão Jans (nome fictício) entretinha-se num quintal nas traseiras de sua casa, em Aljezur, plena serra algarvia. Entre medronho e batatas o homem plantava uns pés de liamba, que serviam para consumo e para vender à rapaziada da terra. Em Julho a GNR surpreendeu-o. Estava a regar os cerca de 20 pés da droga. Foi preso.

Este foi apenas um dos vários casos de plantação de liamba detectados este ano. No total, e segundo valores provisórios das polícias, já terão sido apreendidos perto de um milhar de pés de canábis, metade dos quais no primeiro semestre e de Norte a Sul do País, sem contar com as grandes apreensões dos últimos dias.

Os números variam pouco de ano para ano. Em 2003, as polícias apanharam 2662 pés de liamba, em 2002 foram 3166, em 2001 ‘murcharam’ 2566 pés e em 2000 apenas 823.

Grande parte das apreensões é da responsabilidade da GNR e ocorrem na sequência de denúncias e investigações criminais.

Há outras, no entanto, que surgem durante o patrulhamento normal. “As plantações estão normalmente bem dissimuladas mas chega a uma altura que as plantas crescem tanto que não dá para as esconder”, refere ao CM fonte da GNR.

As maiores apreensões ocorrem durante o Verão, precisamente a altura em que as plantas de canábis atingem maior altura e são mais facilmente detectáveis.

Mas não se pense que são descobertas apenas no campo. Há quem as tenha em vasos numa varanda ou arrecadação sob uma luz forte que faz as vezes de uma estufa.

Há algumas apreensões, como a de Jans, que assumem contornos caricatos. “Esse senhor não foi o primeiro que foi apanhado precisamente na altura que estava a regar as plantas”, afiança a fonte da GNR.

Jans é apenas um dos muitos alemães e holandeses que já foram ‘caçados’ nesta agricultura alternativa. Mas, ao contrário do que acontecia em anos anteriores, os estrangeiros já não fazem a maioria.

“A situação inverteu-se e agora apanhamos mais portugueses – de todas as idades mas principalmente jovens – do que estrangeiros”, diz a GNR.

Fonte: Correio da Manhã
Noticía do Ano de 2004