Desde 1997 até 2006, o Boom Festival tem atraído milhares de pessoas a Portugal. O evento realiza-se nas margens da lagoa de Idanha-a-Nova, na Herdade do Torrão.
A HISTÓRIA do BOOM FESTIVAL (1997-2006)
O Boom começou em 1997 como um evento de longa duração dedicado à música trance. O objectivo era dar a conhecer ao público mundial o movimento português e vice-versa. Em 1998, na segunda edição, o conceito e intercâmbio fortaleceram-se, mas foi em 2000 que tudo mudou.
Na terceira edição, o Boom Festival, tornou-se um evento aglutinador de correntes de pensamento ligadas a novos paradigmas, como por exemplo,
a arte visionária, a teoria das cordas, abduções e permacultura (sistema de criação de habitats humanos em harmonia com a natureza). Dessa forma, foi aberta uma área de conferências e workshops que complementou as artes que se centravam no entretenimento (como música, video-arte, performances ou decoração).
Em 2002 foram recolhidos os frutos da mudança de perspectiva do Boom: apareceu um novo público e, entre 2000 e 2002, vários escritores, cientistas, terapeutas, artistas plásticos e ecologistas começaram a demonstrar interesse em fazer parte do alinhamento do festival e dar o seu input. Assim, o que era área de conferências passou a chamar-se «Liminal Village», que é hoje um centro de conhecimento, onde há cinema, conferências, workshops, galerias de arte, etc.
Em 2004, e agora em 2006, a Boom Festival Team entrou na rota da sensibilização ecológica - como meio de interligação entre artes e formas de expressão – que é a força motriz essencial do Boom desde o seu início. Actualmente o festival é mais do que entretenimento.
A organização quer fazer um evento que dê soluções às pessoas para o seu quotidiano, mostrando-lhes, por exemplo, algumas práticas de sustentabilidade ecológica.BIO-ARQUITECTURA no BOOM 2006
Amir Rabik, bio-arquitecto, é o pai das construções em bambú e sistemas de sustentabilidade demonstram a preocupação ambiental do Boom Festival 2006.
A ecologia é o tema da sexta edição do Boom Festival, que desde dia 3 arrastou mais de 20 mil pessoas a Idanha-a-Nova.
O bambu foi o material de eleição para a bio-arquitectura do evento, cujo design foi concebido pelo indonésio Amir Rabik, cônsul honorário de Espanha e de Portugal em Bali.
Durante os últimos dois meses, uma equipa de 70 balineses, liderados pelo bio-arquitecto Amir Rabik conseguiram o impossível: construir as zonas de Chill-Out, Dance Floor e Liminal Village, inspiradas em pagodes do oriente.
Com 2500m2 e 26,5 metros de altura, a estrutura onde os milhares de boomers dançam trance pela noite fora, é já considerada o maior pagode em bambu da Europa. «Quando fui convidado para fazer o Dance Floor pensei numa torre tibetana, mas cheguei à conclusão que demoraria cerca de seis meses a construir», explicou ao EXPRESSO Amir Rabik. «Esta opção demorou apenas dois meses. Foi um desafio e penso que também ficou engraçada».
O bambu utilizado nas estruturas não provém do abate de árvores, mas sim de reutilização. O mesmo conceito foi utilizado na concepção das restantes estruturas festival, sendo utilizada a madeira queimada pelos incêndios que assolaram Idanha-a-Nova, no ano passado.
Além da bio-arquitectura, o recinto conta ainda com outras inovações ecológicas: os sistemas de sustentabilidade. Chuveiros que
poupam até 80% de água, geradores movidos a
energia solar, casas de banho secas,
livres de químicos e pensadas para a adubagem de terrenos e
cinzeiros de bolso, para evitar as desagradáveis beatas no chão, são alguns dos exemplos da preocupação ambiental da organização.
Textos de Paula Cosme Pinto e Fotos de Nuno Botelho
FESTIVAL de DROGAS
Nem só de paz, amor e ecologia viveu o ‘boom’. A droga também andou à solta no festival mais psicadélico do Verão, em Idanha-a-Nova. Debaixo das batidas de ‘psy-trance’, vendia-se ‘ecstasy’, LSD e ‘cogumelos’.
O AVISO foi escrito à pressa num papel sujo e amachucado, mas chama tanto a atenção como se Mariana o tivesse imprimido a «laser»:
«Promoção. LSD: 25 gramas, 200 euros». Sempre que mais um carro faz a curva apertada, a bela «hippie» de vestido excêntrico salta da caravana até ao asfalto com o cartaz mal-amanhado em punho. Os condutores põem o pé no travão, um sorriso de surpresa e ficam na conversa, a regatear. «É um bom preço. Lá dentro é quase o dobro. Até podem fazer negócio mais à noite», afiança a portuguesa de trinta anos, há uns meses a viajar pela Europa com a sua amiga francesa, que acaba de enrolar um charro à porta da caravana.
Elas não estão com pressa, nem preocupadas por ter um jipe da GNR a menos de cem metros, porque estão quase a conseguir juntar os 220 euros necessários para comprar dois bilhetes no Boom Festival, a três curvas de distância. «O nosso produto é do bom», vangloria-se Mariana, tirando do bolso, como por artes mágicas, um frasco de «ecstasy» líquido, droga indicada para aguentar as batidas violentas durante toda a noite. A receita é simples: «É só misturar uma gota de ‘ecstasy’ num copo de água e depois é curtir».
Mariana e a amiga não são as únicas a anunciar o seu produto como se estivessem numa feira.
Mais à frente, Marco, um «rasta» transmontano, de mochila às costas, segura um cartão que diz: «Tenho MDMA» («ecstasy»), mas não parece ter tanta sorte como elas. Ali só param «festivaleiros» à procura de cerveja barata, vendida numa barraquinha improvisada ao seu lado. «Vou bazar daqui, que isto não está com nada».
Maldita cocaína. À entrada do festival, na herdade do Torrão, perto de Idanha-a-Nova, os porta-bagagens são revistados em tempo recorde. Os corpulentos seguranças procuram «penetras» que tentam entrar sem pagar o bilhete. É sábado, terceiro dia do Festival, e um dos mais quentes do ano.
Joana, uma jovem loira de Sintra que carrega uma pesada mala de viagem e várias manchas de suor na camisola, pede-nos boleia. Até ao parque de campismo ainda teria de andar mais de meia hora à torreira do sol. «O meu namorado e um amigo dele foram expulsos, há uma hora, depois de andarem à porrada», desabafa mal se senta no carro. «Passaram-se». Joana ficou sozinha e sem os oito gramas de cocaína que tinham comprado a meias para os seis dias de festa. «Foi uma estupidez. Se eles não tivessem desatinado ninguém nos catava a cena», conta.
«Podíamos ter sido presos se os seguranças não nos tivessem sugerido dividir o pó branco pelos três. Mais de cinco gramas dá direito a cana», lembra a rapariga. Depois do susto valente, limita-se a encolher os ombros. «O namoro estava nas últimas. Este é um bom pretexto para acabar tudo». Joana tem mais amigos e outras drogas à sua espera. É o segundo ano que vem ao «Boom-Fest» e já conhece bem os cantos à casa. «Encontramo-nos logo, junto à tenda do trance. Vou tentar arranjar umas pastilhas por aí».
O Boom parece a terra de Alice, a do País das Maravilhas: tendas coloridas feitas em bambu, pontes lacustres, barraquinhas de massagens, incenso e balões no ar, engolidores de fogo em terra e maus nadadores na água. Ainda nem tínhamos descarregado a mochila quando fomos abordados por uma jovem belga, de xaile e leque para afugentar o calor, que nos pergunta, em inglês macarrónico: «Querem cristal?». A anfetamina, seis vezes mais barata que a cocaína mas com efeitos dez vezes mais potentes, custa seis euros o grama. Mal nos vira costas, dois «freaks» de sandálias e «t-shirts» cobertas de pó pedem-lhe cinco minutos de atenção. Notas para um lado, sacos para o outro e cada um vai à sua vida.
A luz verde do céu. À noite, todos os caminhos vão dar ao «Chill-Out», zona de descanso onde dezenas de casais e grupos de amigos enrolam charros, num espírito «peace and love». Mas é na tenda «Dance Floor» que a maioria dos vinte mil «boomers» de 60 países exulta com as batidas frenéticas emanadas pelos «dj» de serviço. Perto da pista de dança, um quarentão abana a cabeça enquanto despeja uma risca de coca em cima de um contentor do lixo. Agacha-se, snifa o pó branco, perante a indiferença dos «ravers» a dançar ao seu lado e volta a sacudir o corpo.
Entre os vários grupos sentados na relva, na penumbra, transacciona-se todo o tipo de produtos. Duas jovens madrilenas têm à sua frente uma fila de gente, que aguarda a sua vez para comprar algumas das suas especialidades: «Temos chocolate e ‘cogumelos’ mexicanos», explicam aos seus clientes, que se colocam de cócoras para tocar e cheirar nos exóticos produtos. Por dez euros o grama qualquer um pode trincar uma tablete parecida com as que se vendem nos supermercados. Os efeitos é que são um pouco diferentes. «É uma viagem inesquecível», prometem, em castelhano.
Joana, a nossa amiga da boleia, anda à caça da sua pastilha. Ao pé do bar encontra dois trintões de Sesimbra que vendem de tudo. Umas frases de circunstância bastam para eles mostrarem um saco com MDMA em pó, uma barra de haxixe marroquino e, «voilà», as ditas pastilhas, que mais parecem aspirinas em miniatura. Os «dealers» apelidam-nas de Versace, talvez por serem cor-de-rosa. Custam dez euros a unidade. «Os meus amigos arranjam-na a seis», argumenta. «É pegar ou largar», rebatem eles. Ela não discute mais. Abre o porta-moedas e dá-lhes uma nota de dez para a mão. Num abrir e fechar de olhos, Joana mete metade do comprimido na língua e vai para a pista de dança, contente da vida.
Eles continuam a deambular por ali, de ar alucinado, à espera de mais clientes: «Estou-me a passar com aquela luz verde brilhante no céu. Vou ficar aqui a noite toda a olhar para ela». É apenas um ponto luminoso da tenda de exposições de arte.
Reportagem de Hugo Franco e Foto de Nuno Botelho
BOOM RUMO A OLIVEIRA DO HOSPITAL
Depois do Boom Festival, em Idanha–a–Nova, os “boomers” que ainda tiveram forças “arrastaram–se” para o outro lado da Serra da Estrela e montaram arraiais no parque de campismo de S. Gião, concelho de Oliveira do Hospital.
Junto ao rio Alva, no último fim–de–semana, celebraram a natureza e a música, numa atmosfera a lembrar os tempos dos hippies, mas agora com a música trance psicadélica como criadora de ambientes no século XXI.
Apesar da aparente descontracção dos intervenientes, uma máquina de cerca de 140 pessoas trabalhou na organização do
“Utopia - Official After Boom Party”. Ou seja, a continuação da mega festa, Boom Festival, que durante a semana passada teve lugar do outro lado da serra.
Dos cerca de 25 mil “boomers” que participaram no evento em Idanha, à volta de 2 mil terão estado no parque de S. Gião, segundo a organização. Os “festivaleiros” vieram de cerca de 20 países diferentes. Ao final da tarde de sábado um longa fila de carros e carrinhas - algumas pintadas eximiamente com motivos alusivos ao movimento trance - faziam bicha antes da ponte sobre o rio Alva para entrar no parque.
Um agente da GNR e dois seguranças controlavam esta entrada. Depois de passar o primeiro controlo e de confirmar que afinal aquele era mesmo um festival a sério, chego a outro controlo junto à entrada do parque. Junto à estrada uma jovem de vinte e poucos anos dorme na valeta junto ao carro estacionado. Ao seu lado um fiel amigo - um cão - repousa também na tarde quente de Agosto. “É pá, estão os dois bêbados”, atira um dos seguranças, com ar de gozo.
Contactado via walkie–talkie o Nando da organização lá deixa levar o carro para o parque. Primeiro, entra-se no bar do parque de campismo. Atrás do balcão, o presidente da Junta de Freguesia, e presidente da Fundação que gere o parque, tira umas imperiais para a “fauna” fantástica que percorre o espaço, entre a sala do restaurante e a varanda sobre o rio.“Este é um grande evento”, afirma Manuel Garcia.
O jovem autarca não tem dúvidas: “isto é tudo malta porreira”.
Alugaram todo o parque e a residencial que existe no interior para os três dias de festa. “É a primeira vez que se realiza um evento destes aqui e estamos muito contentes”, frisa. É claro que mesmo para o jovem autarca o look de alguns “boomers” e a sua forma de estar, colidem com o modus vivendi das populações locais. Mas não os censura. “Gozam à maneira deles”, realça.
Deixa também claro que os “tipos” são “impecáveis e pacíficos. Não chateiam ninguém”.
De facto não existiram problemas de violência no evento. Apenas algumas identificações por presumível tráfico de droga. Os elementos à paisana do Núcleo de Investigação Criminal da GNR têm que mostrar serviço. O normal neste tipo de festivais. Durante o percurso pelo festival
era possível sentir no ar a “brisa” do haxixe e da marijuana. Nada que não tivesse já visto em outros festivais e concertos. Ao contrário do que se tem escrito
o boom não é um mar de drogas.
“É como em todo o lado à gente que curte a sua com recurso às drogas e quem curta estando limpo”, explica um “rasta” oriundo de Aveiro.
De olhos cor do céu e muito morena, Michal, um bela israelita, compõe um enorme tubo de luzes vermelhas no chão de terra, em frente à sua “loja” de roupa e acessórios femininos. “Ontem tínhamos feito um ET com as luzes e o pessoal gostou imenso, tiraram fotos e tudo”, diz com um sorriso nos lábios. Oriunda da cidade de Rchouot, a jovem veio com o namorado, primeiro para o boom de Idanha e “como o negócio foi bom, viemos também para cá”. O facto de
em Idanha e S. Gião não serem cobradas taxas aos “comerciantes” globais também ajuda. “Isto não acontece em mais nenhum festival”, garante Michal.
“Eu não tomo drogas e gosto de trance”, esclarece a jovem de 24 anos. Com ela vieram mais cerca de 100 jovens israelitas. “Existem muitos jovens a gostar de trance e alguns dos melhores músicos deste género são de Israel”, explica. A maioria não veio para S. Gião, regressaram a um país onde o “boom” que mais se ouve hoje em dia é o das explosões das bombas.
O Pedro e o Fernando são os “donos” da festa. Isto é: são os organizadores do evento. Nortenhos, há vários anos que organizam festas ligadas à música electrónica. “Já organizamos a Electro–Parade no Porto, entre vários outros eventos e este ano o After Boom”, refere o Pedro. Mas para “vender” a ideia da realização deste festival à Câmara de Oliveira do Hospital não foi fácil. “No início não nos queriam passar as licenças, mas dissemos para falarem com a Câmara de Idanha”, revela.
Depois de obterem informações junto da sua congénere a autarquia oliveirense lá acabou por deixar realizar o evento. “Tivemos foi que pagar muito pelas licenças, as tabelas aqui são as mais caras do país”, desabafa o Nando. Mas também salienta que depois das dúvidas iniciais “a Câmara até apoiou em algumas coisas que pedimos”. Os dois jovens mostravam–se satisfeitos com o local e o decorrer do festival que organizam pela primeira vez. E daqui a dois anos vão voltar ? “Ainda não podemos responder, mas gostaríamos muito”, sublinha o Pedro.
É hora de rumar à tenda “Dance Floor”. O “bombar” do PA, com muitos watts de potência, ecoa ao longe. A batida repetitiva do trance não engana. O escuro impera. Apenas algumas luzes psicadélicas iluminam delicadamente a noite. O ambiente possui uma atmosfera misteriosa. Algumas centenas de corpos movimentam–se ao som do set de Dj’s anónimos. Estes festivais fazem gala em
não apresentar vedetas, nem mesmo ter apoio de grandes marcas de cerveja ou refrigerantes. Estão completamente “out” do “mainstream” ligado à música. Nova passagem pelas tendas.
Os “comerciantes” mostram–se algo alheados a quem passa. Vão conversando com amigos ao fundo das tendas. Aqui os “amigos do alheio” iam fazer bom “negócio”. Com mais azáfama está a barraca mais “normal” de comes e bebes. Um letreiro anuncia fevras de “carne de porco e de porca”. Um “freak” com a cara cheia de piercings tenta meter conversa com uma loira gira, com o cabelo cheio de tranças.
Chega–se à tenda “Chill–Out”. O som ambiente é calminho. No chão, em cima de uma carpete, mais algumas centenas de “bombers” curte o momento. Sentados ou deitados vão ouvindo o som ou conversando com os amigos e conhecidos de ocasião.
Uns bebem cerveja, outros fumam uns charros, mas ninguém chateia ninguém. O verdadeiro “peace and love”, cantado como há quarenta anos, agora recriado no século XXI, à beira do Alva, com a Estrela como pano de fundo.
TRANCE NASCE na década de 80
Trance é o nome dado a um sub–tipo, mais um estilo, da música electrónica desenvolvido e popularizado ao longo da década de 90. Criado na Alemanha no final da década de 80, por Paul Van Dyk, Dr. Motte e Torsten Stenzel. Já na década de 2000 surgiram outros grupos e Dj’s de Trance com destaque para DJ Tiësto e Trance the sound of dream.
As primeiras gravações começaram não exactamente com a cena Trance, e sim pelo Acid House originário do Reino Unido, mais precisamente pela banda The KLF. Eles utilizaram o termo “pure trance” para designar algumas gravações que na verdade eram versões, e que fizeram um grande sucesso comercial no ano de 1991.
Além deste nascimento no Reino Unido pode também ser mencionado o começo do género Trance em clubes alemães, durante os meados da década de 90, como uma ramificação do techno. Frankfurt frequentemente é citada como o berço do Trance. DJ Dag (Dag Lerner), Oliver Lieb, Sven Väth e Torsten Stenzel, são considerados pioneiros e produziram várias músicas utilizando diversos nomes artísticos.
Geralmente caracterizado pela batida entre 130 e 160 bpm, destaca–se pelas repetidas frases melódicas geradas por sintetizadores, e uma estrutura que alterna momentos crescentes e decrescentes ao longo da música. Por vezes vocais são também incorporados nas músicas. O estilo trance é derivado de uma combinação de techno e house, também sofrendo uma forte influência do Goa Trance.
O “Trance” foi assim “baptizado” devido às repetitivas e opiáceas batidas, e às vibrantes melodias nas quais presumivelmente colocam aqueles que a escutam num estado de transe.
Este é hoje em dia um dos estilos de música electrónica mais populares por todo o mundo, estando centrado na Europa o maior número de adeptos.
Texto de: Paulo Leitão